Personagem principal:
A personagem principal é Juan Pablo, um jovem venezuelano apaixonado por uma rapariga de nome Leah, também ela venezuelana.
Juan Pablo muda-se para a Madeira sozinho seguindo-se o consequente afastamento da sua amada.
Juan Pablo tem um acidente de moto, devido a um taxista alcoolizado e drogado, o que fez com que Juan fosse parar ao hospital, com a sua em muito mau estado.
Foi desde este preciso momento que a minha ideia do livro se foi começando a denegrir… Certamente Juan Pablo tirou um curso de português antes da sua viagem pois os diálogos e a comunicação entre paciente, médicos e enfermeiras se desenrolam num fluido português, sem qualquer tipo de dificuldade comunicacional!
Juan Pablo ou Roger Marques?
Marques Rodríguez nasceu e Caracas, Venezuela (1963). Coincidentemente ou não, o mesmo muda-se para a ilha da Madeira uns anos mais tarde (1970) tal como Juan Pablo.
Crítica:
Em relação à sua perna, devo desde já informar os mais sensíveis que várias descrições podem dar a volta a estômagos menos preparados. Existem descrições pormenorizadas de cirurgias, sempre com “maravilhosas” referências a tecidos mortos, ossos e outras coisas poéticas do mesmo género.
Com estas descrições, pensarão os meus amigos, que se trata de um romance do tipo realista. Enganam-se, este romance é bastante dado ao fantástico, espiritual e transcendente até porque na sua capa está presente uma frase que diz “Existem barreiras que nem a própria morte se atreve a transpor…”
A dada altura Juan Pablo fica dez minutos sem atividade cardíaca, ao mesmo tempo que Leah, na Venezuela, morre num acidente de viação, pelo que se encontram e conversam do outro lado... No entanto, Juan Pablo volta à vida porque matar a personagem principal logo ao início é capaz de não ser boa ideia.
Ainda no âmbito do fantástico, Lúcia, uma das enfermeiras que o trata, é fisicamente igual a Leah e recebe uma visita do espírito desta dizendo-lhe que ame Juan. Gosto da atitude altruísta dos espíritos e fiquei com vontade de ser amiga do menino fantasma!
Há um diálogo soberbo de Lúcia que me faz crer que temos uma enfermeira poeta. Deixo um apelo aos meus familiares e amigos: se adoecer internem-me no hospital da Madeira, os relatórios médicos lá devem ser maravilhosos, dignos de uma leitura atenta, com belas descrições de doenças equivalentes às melhores paisagens bucólicas!!
Os melhores amigos de Juan Pablo decidem ir visitá-lo à Madeira e dar-lhe a triste notícia de que a sua namorada morreu. Chegam tarde, pois o “Jornal de Notícias do Além” é muito mais rápido, as notícias chegam ao destinatário no preciso momento em que se sucedem.
Entre umas quantas peripécias chegamos ao final e aí, farta de “sofrer as passas do Algarve”, juntamente com o pobre Juan Pablo, que sofre como um condenado, a minha única vontade é procurar o e-mail de Roger Marques e bater-lhe verbalmente!
Catarina Freire, 11ºB