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BUÉ LIVROS

Este blogue pretende dar a conhecer “leituras” realizadas por alunos do AEMD. Está associado ao projeto "Cartão de Fidelidade" da Biblioteca Escolar que atribui pontos por cada opinião sobre livros lidos.

BUÉ LIVROS

Este blogue pretende dar a conhecer “leituras” realizadas por alunos do AEMD. Está associado ao projeto "Cartão de Fidelidade" da Biblioteca Escolar que atribui pontos por cada opinião sobre livros lidos.

12.Mai.19

Um corpo na biblioteca, Agatha Christie

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Título: Um Corpo na Biblioteca

Autor(a): Agatha Christie

Editora: Edições Asa

Ano de Edição: 2003

Nº de páginas: 176

Sinopse:  Ruby Keene, uma bela jovem, é encontrada morta na biblioteca da mansão do casal Bantry, aparentemente estrangulada. A polícia é imediatamente chamada mas Dolly Bantry, a dona da mansão, acaba por pedir ajuda a Miss Marple, sua velha amiga, para juntas descobrirem quem matou a jovem, por que motivo e como foi parar à biblioteca da mansão. Mas, quando um novo cadáver é descoberto, Miss Marple percebe que as razões do crime remetem para uma antiga tragédia da qual fazem parte o amor o dinheiro e a solidão...

Apreciação crítica: A narrativa é feita na terceira pessoa, ora acompanhando os detetives, ora acompanhando Miss Marple, dando assim aos leitores uma visão mais ampla da investigação e permitindo-lhes relacionar a visão de ambas as partes que, por sua vez, se completam entre si.

A investigação é centrada principalmente em diálogos, muito bem desenvolvidos e repletos de detalhes e pequenas pistas, pelo que um sentido de concentração constante torna-se essencial.

É claro que quem capta mais a atenção do leitor é Miss Marple, sempre um passo à frente dos investigadores, uma vez que dá especial importância aos pequenos detalhes que passam despercebidos tanto aos polícias como ao leitor. De facto, é bastante curiosa a forma como Miss Marple desenvolve a sua linha de pensamento, recorrendo a paralelismos entre as situações que ocorrem na sua pequena aldeia.

Esta obra demonstra na perfeição o engenho da autora que à medida que desenvolve o enredo nos fornece pistas capazes de incriminar quase todas as personagens. O assassino acaba por ser revelado de forma surpreendente e tendo em contas todas as pistas anteriores que subitamente encaixam como um puzzle.

Em geral gostei do livro, apesar de se tornar um bocado confuso devido à grande quantidade de personagens, o final acaba por compensar. É, sem dúvida, excelente para passar umas horas agradáveis. Fica a curiosidade em conhecer mais obras protagonizadas por Miss Marple.

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Data de leitura: janeiro 2019

Nome: Maria Oceana Carmona Fernandes,10ºA 

 

12.Mai.19

O homem de giz, C. J. Tudor

 

Título: O Homem de Giz

Autor(a): C. J. Tudor

Editora: Editorial Planeta

Ano de Edição: 2018

Nº de páginas: 320

Género: Thriller, suspense

SinopseO Homem de Giz é um thriller cuja história decorre em dois períodos de tempo: em 1986, quando o protagonista é ainda criança, e em 2016, trinta anos depois. Conhecemos a história de Eddie, Gav, Nicky, Hop e Michey que se passa em Anderbury, uma pequena e sossegada cidade. Este grupo de amigos inseparáveis vive uma vida normal, passando a maior parte dos dias a andar de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. Chegam até a criar um modo secreto de comunicarem: desenhando homens de giz no chão, assim todos saberiam onde se encontrar e de quem era a mensagem.

Um dia, um desenho misterioso leva o grupo de crianças ao encontro de um corpo mutilado e espalhado pela floresta da cidade, assolando principalmente o jovem Eddie, protagonista da história e cuja vida nunca mais será a mesma.

Em 2016, passados trinta anos, Eddie esforça-se para superar o passado, até que um dia, ele e os amigos de infância recebem uma carta que continha apenas duas coisas: um pedaço de giz e um desenho de um homem enforcado.

Apreciação crítica: Um dos primeiros aspetos que me chamou à atenção ao ler a obra foi a qualidade do narrador, uma personagem muito bem desenvolvida, principalmente a nível psicológico com facetas mais obscuras, tornando-se, assim, mais real aos olhos do leitor.

Eddie, o narrador provoca diferentes sensações. Por um lado sente-se empatia pela inocente criança e pelo homem solitário em que se tornou, mas por outro lado fica-se com a sensação de que esconde algo. Tudo nos leva a duvidar das suas palavras, conferindo suspense à história.

Também as restantes personagens que vão aparecendo ao longo da narrativa estão bem construídas, com os seus próprios segredos que vão sendo revelados pouco a pouco, o que aumenta a tensão e a curiosidade do leitor ao longo da narrativa.

Além do mais, sentimos uma forte ligação com as figuras da história, uma vez que as conhecemos de momentos distintos. Afinal a trama ocorre em 1986 e 2016. Assim, em trinta anos, as personagens evoluem, tornam-se adultas, mas a essência de cada uma permanece inalterada.

O facto de a obra intercalar momentos do passado e do presente em curtos capítulos torna a leitura ainda mais intrigante e compulsiva.

Apesar de o suspense ser o tema predominante, outros elementos como a amizade, a religião e a justiça que fazem com que toda a história seja bastante atual e realista.

Não é fácil adivinhar quem foi o culpado, nem os seus motivos, mas tudo faz sentido quando nos é apresentado.

O final é surpreendente e, sem dúvida a melhor parte do livro, uma vez que não só se revela o assassino, que não podia ser mais improvável, mas também todos os segredos que acompanhavam este mistério.

Um excelente thriller, perfeito para quem quer começar a ler este género de livros.

Citação preferida: “A verdade tem o hábito de simplesmente ser a verdade. A única escolha que temos é a de acreditar ou não nela”.

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Data de leitura: janeiro 2019

Nome: Maria Oceana Carmona Fernandes,10ºA 

 

02.Mai.19

A joia das sete estrelas, de Bram Stoker

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Título: A joia das sete estrelas

Autor: Bram Stoker

Editora: Estampa

Ano de Edição: 2013

Nº de páginas: 267

Sinopse: 

Este livro, publicado originalmente em 1903, na sequência do célebre Drácula, conta-nos a história de Malcom Ross, um advogado londrino que, do dia para a noite, se vê envolvido num dos casos mais misteriosos da sua vida. Mrs. Trelawny, com quem travara conhecimento poucos dias antes e por quem se tinha apaixonado, envia-lhe um pedido de ajuda urgente e solicita-lhe que se dirija a casa dela e do seu pai. Quando lá chega, depara-se com uma cena inesperada: o senhor Trelawny tinha sido vítima de um enigmático ataque e encontrava-se numa espécie de sono hipnótico, com o pulso, onde guardava a pulseira que continha a chave do seu cofre, ferido por grandes arranhões. Com o passar do tempo, percebe-se que o que sucedera ao colecionador de relíquias egípcias (Mr. Trelawny) se relaciona com o objeto dos seus estudos mais profundos: a rainha egípcia Tera, o seu rubi de sete estrelas e o seu desejo de ressurreição. É seguindo as instruções da rainha que Malcom e os restantes se encaminham para a Grande Experiência que poderá mudar drasticamente a visão da ciência e da humanidade.

Apreciação crítica:

Fui positivamente surpreendida por este livro, uma vez que tinha ficado desiludida com o Drácula e este se revelou diferente e melhor. Com a ação a iniciar-se logo nas primeiras páginas, o enigma envolve o leitor, que fica empenhado em desvendar o significado das pequenas pistas que vão sendo lançadas (sendo que muitas delas não são explicadas no final). Bram Stoker revela um profundo conhecimento em relação à cultura egípcia e entramos na mentalidade de outros tempos, de outra cultura. Embora durante toda a obra tenha suspeitado da culpa ou cumplicidade de Margaret em relação ao caso, acaba por se revelar uma espécie de meio de transmissão do “corpo astral” da rainha Tera para a atualidade. Com uma ação fluentemente desenrolada e um discurso menos monótono do que Drácula, este livro lê-se facilmente, embora continue a haver partes, como as longas reflexões do narrador ou de Mr. Trelawny, que podem ser passadas à frente. A descrição é abundante, especialmente quando se trata dos objetos egípcios, e a escrita em primeira pessoa deixa transparecer os sentimentos do autor, particularmente em relação ao seu amor por Margaret. Por fim, embora não tivesse um fim ideal em mente, , o final deixou-me um pouco desiludida, pois acabei por não perceber o porquê de muitos acontecimentos e foi tão inesperado como incompreensível ter sucedido o que sucedeu, o que é agravado pelo facto de o narrador ter saído são e salvo da situação.

Assim, considero que é um livro interessante, apelativo (inclusive pela capa que apresenta), que surpreende pelo seu aspeto enigmático e cativante, mas que desilude pelo seu desfecho inusitado e pouco esclarecedor.

Data de leitura: março 2019

Nome: Helena Rodrigues, 10ºB

 

02.Mai.19

A amiga genial, Elena Ferrante

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Título: A Amiga Genial

Autora: Elena Ferrante

Editora: Relógio d’água

Ano de Edição: 2014

Nº de páginas: 264

 

Sinopse

A Amiga Genial é o primeiro de uma série de 4 livros que contam a história de duas amigas de Nápoles nascidas no pós-Guerra, Elena e Lila, desde a infância até à velhice. A Amiga Genial, o primeiro volume, cobre os acontecimentos desde a infância à adolescência narrados na primeira pessoa por Elena, uma rapariga inteligente, sossegada e estudiosa, o completo oposto da amiga que, por sua vez, se revela corajosa, rebelde, determinada mas igualmente inteligente. Apesar das diferentes personalidades, Elena e Lila acabam por se tornar melhores amigas, amizade esta que perdurará ao longo dos anos, ainda que ambas tenham seguido diferentes percursos, uma vez que, ao contrário de Lila, Elena continua os estudos, enquanto a amiga tem de lutar por si e pela sua família no bairro onde vive.

Apreciação crítica:

Esta foi, sem dúvida, uma leitura fantástica que me surpreendeu bastante pela positiva. Na verdade, depois de ler a contracapa fiquei logo com a ideia de que o livro não se tratava de um simples romance cliché, mas sim de uma complexa história de amizade. Uma amizade entre duas mulheres (tema pouco explorado, dado que se considerava pouco lucrativo) que crescem e aprendem ao longo da obra e a par de quem lê, numa narrativa cada vez mais envolvente e fascinante.

Gostei bastante da forma como a autora intercala momentos de afeto com momentos de competição, ciúmes e inveja entre as duas raparigas, conferindo um caráter mais real à amizade entre duas personagens complexas em fase de crescimento e constante aprendizagem.

Um outro aspeto positivo são claramente as personagens, muito bem desenvolvidas, com as quais acho impossível não nos identificarmos, pelo menos uma vez, sobretudo se formos raparigas, apesar da história se desenrolar há mais de 50 anos. Reconhecemos na nossa própria história pessoal momentos de pura felicidade e inocência da infância, e ainda momentos da adolescência em que se deu demasiada importância àquilo que não tinha. O nosso próprio crescimento e desenvolvimento são, também, aspetos em que pensamos ao longo da narrativa.

O contexto social do bairro suburbano, onde o egoísmo, o medo e a violência eram factores constantes, tornam esta história ainda mais realista, ajudando a caracterizar a realidade do Pós-guerra em que Elena e Lila viviam. Torna-se bastante clara a forma como o ambiente molda as pessoas e gostei imenso da forma como as personagens lidam com isso, divididas entre tentar diminuir o ódio presente no seu dia-a-dia e ascender, fugindo ao ambiente de pobreza a que estão sujeitas.

Todos estes aspetos aliados a uma escrita fluída e vocabulário simples ajudam o leitor a sentir-se uma parte da história, crescendo e aprendendo a par das personagens.

No final da obra torna-se impossível não pensar nos caminhos que ambas as raparigas seguirão. Mal posso esperar para ler os restantes volumes!

Citação preferida:

“A vida era assim e ponto final, crescíamos com a obrigação de torná-la difícil aos outros antes que os outros a tornassem difícil para nós.”

Data de leitura: março 2019

Nome: Maria Oceana Carmona Fernandes,10ºA

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