O homem de giz, C. J. Tudor
Título: O Homem de Giz
Autor(a): C. J. Tudor
Editora: Editorial Planeta
Ano de Edição: 2018
Nº de páginas: 320
Género: Thriller, suspense
Sinopse: O Homem de Giz é um thriller cuja história decorre em dois períodos de tempo: em 1986, quando o protagonista é ainda criança, e em 2016, trinta anos depois. Conhecemos a história de Eddie, Gav, Nicky, Hop e Michey que se passa em Anderbury, uma pequena e sossegada cidade. Este grupo de amigos inseparáveis vive uma vida normal, passando a maior parte dos dias a andar de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. Chegam até a criar um modo secreto de comunicarem: desenhando homens de giz no chão, assim todos saberiam onde se encontrar e de quem era a mensagem.
Um dia, um desenho misterioso leva o grupo de crianças ao encontro de um corpo mutilado e espalhado pela floresta da cidade, assolando principalmente o jovem Eddie, protagonista da história e cuja vida nunca mais será a mesma.
Em 2016, passados trinta anos, Eddie esforça-se para superar o passado, até que um dia, ele e os amigos de infância recebem uma carta que continha apenas duas coisas: um pedaço de giz e um desenho de um homem enforcado.
Apreciação crítica: Um dos primeiros aspetos que me chamou à atenção ao ler a obra foi a qualidade do narrador, uma personagem muito bem desenvolvida, principalmente a nível psicológico com facetas mais obscuras, tornando-se, assim, mais real aos olhos do leitor.
Eddie, o narrador provoca diferentes sensações. Por um lado sente-se empatia pela inocente criança e pelo homem solitário em que se tornou, mas por outro lado fica-se com a sensação de que esconde algo. Tudo nos leva a duvidar das suas palavras, conferindo suspense à história.
Também as restantes personagens que vão aparecendo ao longo da narrativa estão bem construídas, com os seus próprios segredos que vão sendo revelados pouco a pouco, o que aumenta a tensão e a curiosidade do leitor ao longo da narrativa.
Além do mais, sentimos uma forte ligação com as figuras da história, uma vez que as conhecemos de momentos distintos. Afinal a trama ocorre em 1986 e 2016. Assim, em trinta anos, as personagens evoluem, tornam-se adultas, mas a essência de cada uma permanece inalterada.
O facto de a obra intercalar momentos do passado e do presente em curtos capítulos torna a leitura ainda mais intrigante e compulsiva.
Apesar de o suspense ser o tema predominante, outros elementos como a amizade, a religião e a justiça que fazem com que toda a história seja bastante atual e realista.
Não é fácil adivinhar quem foi o culpado, nem os seus motivos, mas tudo faz sentido quando nos é apresentado.
O final é surpreendente e, sem dúvida a melhor parte do livro, uma vez que não só se revela o assassino, que não podia ser mais improvável, mas também todos os segredos que acompanhavam este mistério.
Um excelente thriller, perfeito para quem quer começar a ler este género de livros.
Citação preferida: “A verdade tem o hábito de simplesmente ser a verdade. A única escolha que temos é a de acreditar ou não nela”.
Data de leitura: janeiro 2019
Nome: Maria Oceana Carmona Fernandes,10ºA