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BUÉ LIVROS

Este blogue pretende dar a conhecer “leituras” realizadas por alunos do AEMD. Está associado ao projeto "Cartão de Fidelidade" da Biblioteca Escolar que atribui pontos por cada opinião sobre livros lidos.

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Este blogue pretende dar a conhecer “leituras” realizadas por alunos do AEMD. Está associado ao projeto "Cartão de Fidelidade" da Biblioteca Escolar que atribui pontos por cada opinião sobre livros lidos.

06.Abr.18

Vamos comprar um poeta, Afonso Cruz

Vamos-Comprar-um-Poeta.jpg

 Autor: Afonso Cruz

Título: Vamos comprar um poeta

Editora: Caminho

Data da edição: 2016

Número de páginas: 101

 

Assunto/Sinopse

Esta história é sobre uma sociedade imaginada e ligeiramente distópica onde as pessoas em vez de nomes têm números e tudo é medido quantitivamente com exatidão desde os três gramas de manteiga para barrar o pão até aos mililitros de saliva partilhados nos afetos.

As famílias desta sociedade possuem artistas em vez de animais de estimação, tendo a jovem protagonista da história optado por ter um poeta, visto que este não sai caro e ao contrário dos pintores ou escultores, não suja muito.

No entanto, a presença do poeta no seio desta família vai transformar a vida da protagonista de tal modo que esta nunca mais irá pensar sobre a poesia o que outrora pensou.

Apreciação crítica/Impressões de leitura

Este livro tem como principal objetivo a critica à sociedade materialista em que nos inserimos que dá mais importância às questões económico-financeiras que ao bem-estar da população e à forma como a cultura é vista pela sociedade que a considera inútil e um disparate.

Neste cenário distópico, a arte entretém de forma extremista a população, ou seja, leva-se um poeta para casa como que adotando um animal de estimação.

O livro narra, na sua maioria, a relação entre a protagonista de 12 anos com o seu poeta que muda gradualmente a maneira da jovem pensar, deixando-se afetar pelas metáforas (mentiras como lhe chamam no livro) e pelos adjetivos. “Percebi que estava cada vez mais inutilista e que pensava em coisas só pela sua beleza e não queria saber do seu valor monetário ou instrumental.”, “Estaria doente?”.

O autor tem como objetivo fazer as pessoas refletir acerca da importância da poesia, da criatividade e da cultura nas nossas vidas, complementando a sua crítica no prefácio onde este afirma que as coisas mais importantes não são utilitárias e definitivamente não se podem comprar.

Um pequeno livro, que se lê demasiado rápido, mas com uma enorme importância e  que deverá ser lido e relido.

Citação preferida:

“A cultura não se gasta. Quanto mais se usa, mais se tem.”

Oceana Fernandes, 9ºA-S

Data de leitura: março 2018